a triste cidade insalubre
e sua gama de cores
veste em dourado
as putas curtidas
e damas distintas
com seus senhores:
alguns genuínos,
alguns impostores.
-queria estar cansada
e não poder fingir.-
mas me vejo exaltada
e meu sangue cinza
escorre na vala.
em minhas vestes
trago a poeira
das ruas que não habito
mas guardam de mim
silêncio e grito.
meus pés percorreram
toda e qualquer via
tudo procurei,
achei e perdí.
e em doce delírio
chorei ao partir
mas com ou sem temor
vendi minha alma
e já não estou aqui
julgo incoerente
do luxo ascendente
ao berço de lixo
teus braços e afluentes
acolhem teu prodígio
em glória decadente.
em minhas vestes
ResponderExcluirtrago a poeira
das ruas que não habito
mas guardam de mim
silêncio e grito.
eu tb conheço isto. leve e poderoso. parabéns, marina!