quarta-feira, 31 de março de 2010

luzes

das horas em branco
escorre lentamente o dia
me mantenho acordada
absorvendo a luz
que tanto me avaria.

é a noite e seu véu
que me envolde o âmago
e me embriaga
de sua escuridão

e hoje a noite crua
me pede perdão
se por compaixão
sou mais uma das tuas

eu devolvo hesitante
ao espelho dos teus olhos
a cor que é só minha

a hora metamórfica
difusa em luz do dia
meu corpo é poeira
a alma agonia.

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