domingo, 28 de outubro de 2012

enceno uma trama
sem trilha nem cor
mas só minha noite
e não mais romance

algumas nuances
aludem ás formas
do teu desamor

mais uma rodada,
e eu rio sozinha

o ar da madrugada
arrepia tua pele
que ainda é minha.

tropeço no asfalto
embriagada
e nas mãos geladas
te guardo afago

me trava a garganta
alguma palavra
mas vou-me embora
e a deixo no ar
morrendo afogada.






domingo, 21 de outubro de 2012


te criei em meu jardim
brotaste em meu tronco
e teus galhos
se alastram em minhas veias
e absorvem meu sangue

tuas folhas
atravessam meus poros
calam minha voz
tuas flores se perdem em meus nós.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

eu toco teu corpo
que de mim se separa
por cem mil muralhas
te ouço daqui
te tenho daqui
e sequer reparas.

de que adianta
cobrir-se de adornos
se mora em teu peito
tamanho silencio?

e pra que vestir-se
se o corpo é manto
de injúria e delírio
deitado em nudez?

em sonhos secretos
teria a audácia
de tê-lo outra vez

mas ando calada,
e por minha vez
não visto nada.