domingo, 19 de maio de 2013


desvio das telas
e suas pequenas polegadas
eu vou além
dos topos dos prédios,
das dunas, das casas

somos um corpo só
um pedaço de tanto
e só o corpo, no entanto
é nossa própria extensão
de um longo verso
e o mundo todo inverso

eu ouço as pegadas
nas praças e calçadas
ouço a madrugada,
suas memórias sórdidas
o que as ruas paradas
tentam dizer

eu tenho tanto a fazer
e não tenho tempo
tantas lentes, espelhos
breves ensejos
e tão logo receio

mas findo num corpo só
e tão só de longe te vejo.


Nenhum comentário:

Postar um comentário