não posso conter
teus olhos vorazes
te fito sem pressa
as cores, bordas,
a mente ás avessas
mergulho nas horas
da noite ociosa
e o tempo demora,
mas vago sem pressa
meu dia é desfeifeito
em cinza e pecado
me prendo, menina
ao teu calcanhar
eu nado em teu seio
te cruzo no olhar
a tua canção contamina
versos e linhas
meus manuscritos
tecendo respostas
á tal insolência
que com paciência
desarma e se afina.
domingo, 11 de novembro de 2012
domingo, 4 de novembro de 2012
o mistério das horas
que aqui se encontram
para desaguar
em todas as brechas
nas quinas e frestas
de cada pedaço
sem início e fim
que ocupa em mim
imenso espaço
meu corpo derrete
e te alaga inerte
em horas tardias,
por noites e dias
fui presa ao chão
e sem tal razão, por ironia
liberto-me, em vão.
mais tarde, te encontro
se é meio dia
e em meio ao dia
escoo em teu colo
mais tarde, te encontro
se é meio dia
e em meio ao dia
escoo em teu colo
minha alma é de vidro.
meu corpo são cacos.
e assim me refaço
com linhas e estilhaços
teço-me à mão
teço-me à mão
pedaço a pedaço.
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